SEXTILHAS REGULARES
Envie
Envie pensamentos de abundância
Àqueles com quem cruza rua fora.
Imagine que entrega, sem variância,
Notas, imensas notas desde agora.
Imagine a alegria, sinta-a forte:
- Torna a fortuna a si, como seu norte.
Distribuir
Se eu distribuir dinheiro
Para atrair mais a mim,
Sinto a falta por inteiro,
Fico sem nada no fim.
- Se for por amor ao dar,
Recebo a multiplicar.
Pagar
Ao pagar seja o que for,
Sonhe com toda a abundância
A quem der o tal valor.
Aquilo que der sem ânsia,
A si torna, no sentido
Que em dobro é-lhe devolvido.
Assuma
A emoção despoletada
Pelo sonho realizado
Assuma logo de entrada
Como sendo já seu fado
E na meta entressonhada
É mesmo concretizado.
Deveras
Deveras se algo quiseras,
Muito difícil embora,
Pode demorar mil eras
Mas há-de chegar-lhe a hora:
Pequenos passos alinho
E há-de abrir-se-lhe o caminho.
Rejeição
Quando o desapontamento,
Rejeição faz vacilar,
Neste preciso momento
Terei de me recordar
Que estou sempre a ser levado
Para o melhor resultado.
Maior
O sonho muda, ao chegar
À meta que programou,
Maior logo a se tornar:
Nunca de evoluir findou!
Nem teria, de meu lado,
Tal antes imaginado...
Algo
Quando for bem-sucedido
Ao fazer algo grandioso,
Uns vão amá-lo com gozo,
Outros, odiar-lhe o haurido.
É um sinal, neste processo,
De que tem mesmo sucesso.
Confiança
Sem confiança e convicção
Em teu sonho, não o contes:
Os demais derrubarão
Então tuas frágeis pontes.
Teu sonho é posto de lado
Antes de ter começado.
Norma
Do antagonista a verdade
É que, por norma, fechou
A mente, nada o persuade,
Seu potencial findou.
Se o potencial vivera,
Possível tudo soubera.
Viagem
Na viagem do herói em ti
Encontras muito aliado,
Um anjo aqui, outro ali,
Em alma ou num corpo dado.
Ninguém por si próprio vence,
Muita ajuda a tal pertence.
Sentado
Ficar sentado a dizer
“Ai como eu gosto de mim!”
A estima não faz crescer.
Vai ser patim a patim
No desafio lavrada:
Auto-estima é conquistada.
Viso
Quando viso um objectivo
E ando a perseguir o sonho,
O desafio mais vivo
Perde o cariz de medonho.
Como terei de evoluir,
Se o enfrento, estou a ir.
Casa
Quanto mais alguém partilha
Mais caseiro é o desafio.
A gratidão é uma quilha
Cortando o mar ao navio.
Então, grato, segue em frente,
De oriente a oriente.
Obstáculo
Um obstáculo é um desvio:
Como o vamos contornar?
Visualizo o desafio
Diverso, doutro lugar.
Dali eu recebo então
Algum dia a solução.
Barreira
Uma barreira é da pista,
Nunca está de fora dela,
Nunca tem, portanto, em vista,
Indicar se engano há nela.
Se pular toda a barreira,
Atinjo a meta cimeira.
Derrota
A derrota é desistir
Quando encontrar rejeição.
O bem-sucedido, ao ir,
Não o afecta tal pendão.
Só há fracasso, ao lavrar,
Se impedir de continuar.
Bebé
O bebé levanta e cai
E torna-se a levantar.
A coragem que ali vai
Do zero até lá chegar!
Às vezes será com berros...
- Só que aprendo com os erros.
Sempre
Os erros como os fracassos
Serão sempre inevitáveis.
Magia dos embaraços
Retirar, por mais odiáveis,
É o que a si vai competir
E é bom que a logre extrair.
Poderei
Não poderei fazer muito
Mas poderei fazer isto:
Outrem ajudar gratuito
Num pequeno gesto. Avisto,
Se de todos fora a meta,
Que mudaria o planeta.
Dificuldade
A dificuldade suma
Traz quase do sonho a morte,
Mas quando um homem se apruma
Do avesso até muda a sorte.
Quando do impasse emergir,
Desata o sonho a surgir.
Beco
Chego a um beco sem saída,
A perder quase a esperança,
Depois reverto a corrida
Por novo trilho que a lança.
- Que tédio, se fácil fora,
Sem lutar a toda a hora!
Aterra
Todo o herói morre e renasce.
Esta morte literal,
Psíquica ou emocional,
Aterra quem dela pasce.
Porém, de braços abertos,
Temos de cruzar desertos.
Após
Após da viagem os passos,
De vergar os desafios,
De obstáculos os compassos
Triar de montes a rios,
É que poderei saber
A euforia de vencer.
Recursos
O que há-de gratificar
É poder retribuir,
Ter recursos de ajudar
Outrem que em frente quer ir,
Conseguir dar o que dar
Sempre quis sem conseguir.
Cuidar
Poder cuidar de quem amo,
Contribuir e melhorar
As vidas, ramo por ramo,
É uma alegria sem par.
É a mais gratificante haurida
Das vivências duma vida.
Inda
Inda trabalho, que estou
A fazer a diferença
E continuar sempre vou
A cumprir minha sentença
De ser diferença ali,
Enquanto andar por aqui.
Ilimitada
Há sempre oportunidade
Ilimitada de dar.
Mesmo em penúria sempre há-de
Muito haver que partilhar.
Quando se der, a seguir,
A abundância vai fluir.
Atira-se
O bem-sucedido meça:
Não espera nunca nada,
Atira-se de cabeça,
Faz o que for da jogada.
Se logo não conseguir,
Tenta, tenta até atingir.
Cicatriz
Cicatriz por toda a parte,
Com menos algum bocado
Ao falhar-lhe o que escolhera,
Um coração que se parte,
Muito embora consertado,
Não volta a ser o que ele era.
Ambiente
Terra, cultura e política
Do ambiente em que vivemos
Influem no que seremos
Duma forma tão granítica
Como o ambiente subjectivo
Em que sou quanto aqui vivo.
Luzirá
Quando o preto é mesmo preto,
Não é só uma escuridão,
É saber algo secreto:
Amanhã luzirá o chão.
- Saberei, à luz do dia,
De noite o que não sabia.
Vermelho
O vermelho é uma promessa
Do que está para nascer
De que está com muita pressa,
Mesmo, mesmo a acontecer:
Ora é mesmo uma criança,
Ora a ideia que se alcança.
Itinerário
É um itinerário longo
Ao fundo manter-me fiel
Onde incônscio me prolongo,
Que à mente me arranca a pele.
Custa muito vir do fundo
À superfície do mundo.
Lágrima
A lágrima é sentimento
Mas, apontada ao que viva,
É também lente de aumento
Da visão alternativa:
De repente, em minha lista,
Há um outro ponto de vista.
Hora
Quando alguém na hora exacta
Não mergulhou em seu imo,
Em vez de trepar ao cimo,
A fenda que em si acata
Vai transformar-se em ravina,
Logo ao abismo o destina.
Empurrá-la
Ninguém poderá escapar
Totalmente à própria história.
Pode empurrá-la a um lugar
Na fundura da memória,
Só que ela continuará
No recanto a pairar lá.
Impele
Impele à direcção certa
E leva a seguir em frente:
É o amor que nos desperta,
Comportas abre à corrente,
Que nos traz, nesta medida,
Valor e sentido à vida.
Caí
Quando eu não me permitir
Sentir qualquer compaixão
Nem amor por quem eu vir,
Seja embora estranho então,
Caí no pior engano:
- Tornei-me menos humano.
Funda
Não me amo o suficiente,
Sou superficialidade,
Ignoro a funda semente
Do que em mim sou de verdade...
- Quando aprenderei assim
O germe do Infindo em mim?
Mil
Um amor é sempre amor,
Tenha embora mil maneiras
De ser do mesmo teor.
O romântico tem leiras
Que são dele mas, em suma,
Nele o todo também ruma.
Mar
Não é nunca um mar de rosas
Um qualquer amor romântico.
Deleite, alegria e cântico
Vêm da fonte que ali gozas
Mas também o desafio
De trabalhar sem fastio.
Busco
Toda a vida busco o amor,
O amor que nunca encontrei?
Sempre lá esteve o fulgor
Em que nunca reparei.
É uma ocasião perdida,
Deste modo, a minha vida.
Vê
Quem se vê tal ser perfeito
Da mulher perfeita à espera,
A vida perfeita a eito
Para levar de era em era,
Em contos de fadas creu,
Perdeu as chaves do céu.
Poderei
Poderei tornar-me frio,
Mas não ignorar o amor.
Daquilo em mão tenho o fio,
Deste não mando no teor,
Ele ocorre simplesmente:
Mando é daqui para a frente.
Delegamos
Delegamos o poder
Em quem o poder coloca
E o dinheiro que render
Acima do pão à boca.
- Como então alguém alcança
Proteger qualquer criança?
Anjos
Das plantas, dos animais
Somos os anjos da guarda,
Mediamos os sinais
Do que cresce ou de vez arda.
Se não ligo a tal função,
Finda o mundo à minha mão.
Personalidade
Personalidade forte
Numa criança é sinal
De ao lar usurpar o norte,
O que, ao fim, lhe fará mal:
Nunca o chefe de família
É da criança a quezília.
Cabo
A criança há-de correr,
Falar alto e se mexer.
Não é de perder um ror
De horas ao computador.
- Quem com tudo isto se ilude
Dá-lhe cabo da saúde.
Melhor
Não são o melhor do mundo
As crianças para os pais
Cujo amor é só fecundo
Por elas e nada mais.
Então do amor a matriz
Apodreceu na raiz.
Nunca
O padrasto ou a madrasta
Nunca são tios, são pais:
Devem colo dar que basta,
Autoridades vitais,
Promover autonomia
Como qualquer pai faria.
Avós
Os avós só vão dar mimos,
A estragarem as crianças.
Dos pais confrontam os limos,
A pedir outras andanças.
No fim, crescem, inegáveis,
As crianças mais saudáveis.
Zangam
Não se zangam nunca à frente
Duma criança os seus pais?
Pouco importa. De repente
Ela já leu os sinais.
E sofre sempre da briga
Que então aos dois os fustiga.
Discórdia
Nunca se desautorizam
Um ao outro, a ser bons pais.
Só que as crianças divisam
Duma discórdia os sinais
E ninguém inteligente
Fica àquilo indiferente.
Morto
“Não tenhas medo!” – só vale
Se disser: “Estou aqui!”
Então o monstro do vale
É morto de vez aí.
Doutro modo, a confusão
Aumenta e é tudo em vão.
Até
Se ele diz: “Não sou capaz!”,
Tem medo até de tentar.
O melhor é se zangar,
Não deixe voltar atrás.
Não à força de bloqueio,
Que nem sequer fique a meio!
Pior
O pior medo da criança
É sempre o mais delicado,
O cuja força se cansa
Desviando pelo lado.
Ora, em vez de lhe ralhar,
Ralhe a quem lho alimentar.
Desdenha
Quem quer uma escola escola
E desdenha a brincadeira
Dos pés enfia a sacola
Até à cabeça inteira.
Terá um filho tenebroso
Que nem a si dará gozo.
Ligo
Não ligo o conhecimento
Sem o ter de dividir,
Não divido cada evento
Sem por outro lado o unir:
Saber, mais que justapor,
É o todo num pormenor.
Transmitir
Transmitir conhecimentos
Só se for para pensar
Com eles quaisquer momentos
A que a vida der lugar.
Doutro modo a utilidade
Ninguém lhe esclarecer há-de.
Transmite
Quando a escola dum saber
Não faz vivência de encontro,
Transmite o que houver de ser,
Não sana nenhum recontro.
Entorpece então quenquer
Em vez de o engrandecer.
Cresce
Quem cresce no devaneio
De “o-que-aprende-não-faz-mal”,
Quem ao mal não tem receio
Nem lhe exorciza o sinal,
Não transpõe o abismo a vau,
Vai mesmo tornar-se mau.
Laços
Extremistas se intolerantes
Relativamente ao mal,
Menos há laços constantes
De mútua união real.
É sempre a justa medida
Que mais vida traz à vida.
Violência
A violência contamina,
Leva-nos a desistir,
A replicar-se termina
Noutras vítimas a vir.
Findamos indiferentes
A quanto somos dementes.
Tolhido
Pais de vida interrompida
A querer que o filho faça
A vida neles tolhida...
- Como é que o filho acha graça
Se o que para si anseia
É proibido se o semeia?
Entre
Não é fácil destrinçar
Entre sonho e devaneio,
A utopia a baralhar
A realidade no meio.
Mas, se só vale o presente,
Que é do porvir que haja em frente?
Primeiro
O primeiro grande obstáculo
Da motivação dum filho
É dos pais o receptáculo
Da vida ser um sarilho:
- Quando o labor é só pena,
Que motivo a um filho acena?
Encontro
Com mais conflito ou com menos,
Todo o pensamento é chão
De ir do encontro à relação,
Do eu ao nós, nos terrenos
Onde se funde, algum dia,
Razão e sabedoria.
Estimulam
Erros, dores, sofrimentos
Estimulam a crescer,
São momentos de aprender,
Não negativos eventos:
- Nada impede o sofredor
De ser cada vez melhor.
Criança
A criança, doravante,
Para qualquer qualidade
Dum mestre, é desafiante
Como nunca noutra idade:
Compreende doutra maneira...
E é o que dela o mundo abeira!
Exame
Um exame é uma vacina:
Quanto mais o mal-estar
Dela aprendo a suportar,
Mais a transformar me inclina
O tóxico inevitável
Da vida no que é saudável.
Atados
Os avós são mais avós
Quão mais vida possam ter,
Não atados aos cipós
De netos que os vão prender.
Vida própria ao respirar,
Muito então terão a dar.
Novidade
Entre o bebé que se sonha
E o bebé quando ele nasce
Que novidade medonha,
Quanta exigência ali pasce!
- Seja quem for a quem calha,
Decerto tudo atrapalha.
Apelo
Um apelo para a paz
Quando o povo é o oprimido
É só escravidão que traz,
Mais ofendendo o ofendido.
Então é que a liberdade
Ergue as armas com verdade.
Aprender
Todo o homem que homem for
Tem de aprender a ficar
Sozinho perante um ror
De tudo o que o rodear,
Contra tudo mesmo após,
Por todos pensando, a sós.
Alheio
Homem que alheio se ocupa
Doutrem, todo em frenesi,
No sangue que alheio o chupa
Não se ocupa então de si.
Proveito nenhum se tira
Dum alheamento que o fira.
Vale
A má liberdade
Vale, sem senão,
Bem mais, de verdade,
Que a boa prisão.
A gaiola forte
Traz ao diabo a sorte.
Cívico
O amor dum mútuo carinho
Também cívico e político
É se voa além do ninho,
A modelar do granítico
Então um mundo melhor
Brando e fero como o amor.
Tempo
Tempo com outrem passado
É ambiente caloroso,
Descontraído, apegado,
Convidativo, com gozo...
- É como apertado abraço
Sem de contacto haver traço.
Lareira
A lareira dá calor.
Porém, o calor humano
Que partilho em seu redor
Conta mais e mais sem dano.
Se acolá meu corpo acalma,
Aqui vem-me aquecer alma.
Peça
Peça de decoração
Com história e narrativa
É nostalgia ao serão,
Connosco fala, que é viva.
Físicas propriedades
Não sentem estas verdades.
Descontrai
Descontrai, pouco que seja!
Uma almofada, uma manta,
Um prazer simples almeja,
Tudo vai bem, tudo canta...
- Perante um pior momento,
Transmuda o teu pensamento.
Aconchego
Pode a vida ser estafa,
Parecer injusta, incerta
(Pobreza estatuto gafa),
Mas se tenho a porta aberta
Ao aconchego, o chamiço
Dele muda tudo isso.
Precioso
Quão maior a diferença
Entre este aqui, este agora
E o duro real que avença
Todo o mundo lá de fora
Mais precioso devém
O aconchego que se tem.
Concentro
Se me concentro em dinheiro,
Só dar e receber prendas,
Contamino por inteiro
De toda a afeição as rendas.
O meu Natal de aconchego
De mim, viciado, despego.
Diferença
Ao dar e receber prendas,
Pode alguém sentir-se exposto,
A diferença das rendas
Sublinhar de alguém no rosto.
- E em lugar de comunhão
Todos se deslaçarão.
Grato
Quem é grato é mais feliz,
Mais atencioso também,
Clemente então, de raiz,
Materialismo não tem,
Todo o momento a tentar
A outrem como ajudar.
Dois
Quando dois, no envolvimento,
Decidem por fim casar-se,
Murcha, a partir do momento,
Da paixão breve o disfarce.
Perto está da Terra o grito,
Longe, o sonho do Infinito.
Ora
Ora a vida é coisa boa,
Ora a vida é coisa má.
A boa não foi à toa
Que veio ter até cá:
É que alguém teve o poder
De amar para aqui vir ter.
Cosmos
Toda a atracção é um amor,
Todo o amor é uma atracção.
O Cosmos, neste pendor,
Todo ele é amor em acção
E alimenta a autonomia
Na atracção que pronuncia.
Mantém
Lei de amor é de atracção,
Mantém tudo em harmonia,
Desde os átomos do chão
Às galáxias que eu nem via.
Em tudo, em todo o Universo:
Mesmo em mim é a frente e o verso.
Eco
Aquilo que sinto e penso,
Como um eco de meu grito,
Volta atrás bem rico e denso
De quanto nele concito.
É o que garante de vez
Que posso mudar de tez.
Nunca
A vida nunca acontece,
A vida sempre responde:
De nós pende o que oferece,
No que lhe dermos se esconde.
É nisto que sou autor
Do que minha vida for.
Mora
A grande motivação
Mora no meu sentimento:
Se me sentir bem, então,
Colho aí meu elemento.
Se, ao invés, me sentir mal,
Nunca irei desejar tal.
Amplia
Amplia o bom sentimento,
Pensa em tudo o que for bom,
De que gostas cem por cento.
Enumera-o, tom a tom,
Constante, até perifrástico:
- Irás sentir-te fantástico!
Níveis
Para os sentimentos bons
Os níveis são infinitos.
Não há fim, pois, para os tons
Da música de teus fitos,
Nem para o que se puder
Vir da vida a receber.
Tudo
Tudo o que amar quer fazer
Parte alguma em sua vida:
Amor, saúde, uns bens ter,
A felicidade haurida...
- É somente abrir-lhe a porta:
Ao pensá-lo, ao lar o exorta.
Qualquer
Qualquer relacionamento
Vives alegre e feliz
Ou na tristeza e tormento:
Escolhes tu teu matiz
E o que emites para fora
A ti torna, não demora.
Reages
Que importa o que te acontece?
O que importa é que chamiço
Acendes nessa quermesse
Quando reages a isso:
Não sejas mais cana ao vento,
Toma em mãos teu sentimento.
Instante
O instante é oportunidade
Para mudar uma vida:
Mude o que sente e, em verdade,
Muda-lhe o mundo em seguida.
Desaparece o passado,
Vem um porvir doutro lado.
Agarrar-se
Agarrar-se à sua fúria
É agarrar carvão em brasa,
Doutrem a punir a incúria
Com que nos entrou em casa.
Quando, afinal, reparamos,
Somos nós que nos queimamos.
Desculpas
Desculpas de não amar
Só mais negatividade
Vão à vida acrescentar,
Fonte do que desagrade.
O curso, ao ir por aí,
No açude ao rio tolhi.
Carregas
Quando a conversa ao jantar
Carregas de más notícias,
Dormir não irás lograr:
Dói-te o ventre, das sevícias.
E o problema é que tu não
Vês de ambos a ligação.
Muda
Um dia bem positivo
Não muda apenas o dia,
Mas o seguinte que vivo
E a vida que se seguia.
A vida vai melhorar
Cada vez mais, sem parar.
Consumido
Há quem não viva o presente,
Consumido do futuro.
Ora, o porvir inauguro
Como hoje aqui vivo assente:
Como hoje sinto é que importa,
Que ele é que abre ou fecha a porta.
Puser
Sentimentos positivos
Quando os puser na balança,
A força do amor bem vivos
Os mortos porá na dança.
Muda a vida tão depressa
Que até nem creio que o meça.
Negativo
Culpa, crítica, procura
Da causa e reclamações
São tudo formas que apura
Quanto mal-estar impões
E todas elas só trazem
Lesões que a ninguém aprazem.
Trazer
A força do amor trabalha
Pela natureza além
Para trazer a quem calha
O que deseja e não tem.
Usa eventos e pessoas
A acartar as horas boas.
Conjuntura
Seja qual for a conjuntura havida,
Sempre que houver amor feliz a dar,
A conjuntura também vai mudar,
Correspondendo à fonte ali vivida.
Eis porque importa escolher sempre o amor,
Pois multiplica à vida o que é sabor.
Demasiado
Se cuidas que algo é demasiado grande,
Andas dizendo ao que te atrai a ti:
“Será difícil de atingi-lo ali,
Tempo demais acaso nos demande...”
Ora, o que pensas é o que irás colher:
Atrasas tudo, nem vais sonho ter.
Determinado
Determinado a ser feliz e alegre
Continuarei, seja lá onde for.
Que ser feliz então farei que integre
Minha vontade e não do vento o teor.
As conjunturas não o ditam, não,
Por minha escolha vem-me o céu à mão.
Frequências
Se as frequências da Luz
São grandes como o Evereste,
As que meu olhar traduz
Não serão nada que preste:
Têm, para meu amanho,
Duma bolinha o tamanho!
Força
Quando uma força trabalha
Consigo sem falhar nunca,
A confiança não falha,
Que o chão de vitórias junca.
Sabe, logo, não falhar
Ao com o amor trabalhar.
Reino
No reino do amor, o mundo,
Por imperfeito que seja,
Torna-se rico e fecundo,
Só de ocasiões viceja,
Em tudo, em todo o lugar,
Para amar e mais amar.
Apaixona-te
Apaixona-te da vida
Tal e qual doutra pessoa:
Adora tudo na erguida
Bela imagem que apregoa
E que, de tão desmedida,
Até o peito te atordoa!
Tarefa
Nossa tarefa é de amar
O máximo cada dia:
O que puder adorar
Adore, que é de hoje o guia.
Desvie do que não ama,
Que é o porvir que assim o chama.
Comboio
A mente pode arrancar,
Comboio das avarias,
Montanha abaixo a tombar,
Sem condutor e sem vias,
Se com ela não me enrolo
A lhe manter o controlo.
Correspondo
Às coisas boas da vida
E das más ao lado bom
Só com alma agradecida
Lhes correspondo ao que são.
Se as mãos lhes dou, assim grato,
Ergo o mundo inteiro em acto.
Nunca
Na vida do dia-a-dia
Nunca nos apercebemos
Que muito mais recebemos
Que o que damos na franquia
E que a gratidão vivida
É que é vida enriquecida.
Seu
Aquilo que desejar
Ou de que necessitar
Já é seu: sonhos o gizam.
Os desejos até si
Chame, sentindo-os aí:
Pouco a pouco se realizam.
Elevar
Ao mudar como te sentes,
Elevar teus sentimentos,
Lista o que amas, entrementes,
O que adoras nos eventos.
Centrado aí, eis de além
Vindo-te o que te convém.
Esforço
Faz o esforço consciente
De reparar em redor
Em tudo quanto, fervente,
Te vá incendiar de amor,
Muitas vezes, de seguida,
Todos os dias da vida.
Porte-se
Porte-se tal se o tivera!
O que imagina a emoção
É a directa transmissão
Para atrair o que espera.
Portanto, por este apelo
Irá breve recebê-lo.
Atraso
O atraso do que desejo
É de faltar sintonia
Entre o desejo que avia
E o fruto que nele vejo.
Muito mais que, se calhar,
Não ser de tal se me dar.
Conjuntura
Conjuntura em desespero
Não existe para o amor.
Se eu a vivo, um gesto mero
A transporá, superior:
É amar de alegria um sonho,
Que no real o transponho.
Preciso
Como preciso de amor,
A forma de o ter é dando:
Quanto mais der, mais fulgor
Consigo me iluminando.
Se eu ficar cheio de amor,
Mudo em íman quanto eu for.
Relação
Relação com o dinheiro:
Se o que requiser não tem,
Então não se sente bem
Perante ele por inteiro.
Se não muda o sentimento,
Vai-se-lhe o dinheiro ao vento.
Avaliação
Se estiver aborrecido
Com algo ali do exterior,
O sofrimento sentido
Não é de aquilo lho impor,
Vem da avaliação que faz:
- Pode revogá-la em paz.
Saberás
Não saberás quando,
Não saberá como,
Mas o amor, amando,
Resolve-o no assomo:
- É o eterno lema
De qualquer problema.
Multiplicado
Transmite amor aos demais,
Bondade, encorajamento,
De alegria sentimento,
Que ele vira para trás
Multiplicado à medida,
Em qualquer área da vida.
Ponderes
Não ponderes na doença,
Que à doença te aprisionas.
Pensa na força que a vença,
No poder que tencionas
A ti atrair agora:
- A saúde não demora.
Enfrentar
Se enfrentar uma doença,
Não adira nunca a ela
Em pensamento ou sentença.
Ao contrário, na sequela,
Transmita amor à saúde:
Sua a faz se se lhe grude.
Poder
O poder de ser feliz,
Bondoso e de ter aquilo
Que na vida sempre quis
Mora em cada um, no silo
Ilimitado e potente
Das vitualhas do presente.
Tropeço
Quando estás cheio de pressa
Por estar muito atrasado,
Todo o tropeço tropeça,
Atraído a teu chamado:
Sentes que a hora vai mal
E o mal corre ao teu sinal.
Brote
Quando brote onda na vida,
É que igual tem a energia
Àquela que em mim havia
Ou não seria atraída:
Alegre com outra alegre,
Triste que outra triste integre.
Carro
Vejo um carro da polícia:
“Que é que quererá dizer-me?”
Ou sou mesmo o inteiro inerme
Que nem sequer é notícia?
Se calhar é, de esquecido,
Que nem fui agradecido.
Oiço
Oiço conversas de acaso,
Leio um cartaz de fugida...
- São mensagens que me aprazo
Para orientar-me a vida.
Tudo conta, relevante,
Senão não é o meu instante.
Esquina
Quando algo deixar cair,
Quando um passo em falso der,
Na esquina a roupa prender...
- É um aviso a retinir
Para o momento parar,
Um rumo outro a inaugurar.
Força
A força do amor é a fonte
Da abundância, da alegria
E, nos afectos, da ponte
Que os enlaçar em magia.
Pois semeie amor a rodos,
Que o querem, no fundo, todos.
Tudo
Poderei tudo entregar
À força do amor em tudo,
Desde a hora de acordar
À de sonhar a miúdo.
Terei de me centrar nela:
É o que abre qualquer janela.
Frágeis
Une as tuas frágeis forças
À maior força da vida.
Que já tens a quanto orças
Imagina-o em seguida.
Com amor e gratidão
Irás recebê-lo à mão.
Força
A inteligência da vida,
Do Universo a inteligência
É a força do amor. Erguida,
Tudo pode, na emergência.
Aliar-me a ela no amor
É força a mim me propor.
Descobre
No caos e na desordem
Descobre a simplicidade.
Nas discórdias que nos mordem,
Vê que harmonia persuade.
- Por entre as dificuldades
Descobre oportunidades.
Julgas
Quando alguém julgas de mau,
Não lhe transmites amor:
Colas a etiqueta ao pau
Da jeira de que és senhor.
Aquilo que então lhe deres
Vai ser o que receberes.
Transmito
Uma emoção negativa
Que transmito sobre alguém
Volta a mim, em recidiva,
Negativa vida além,
Não só por pensar no mal,
Por me fazer mal igual.
Rica
Vida que se desenrola
Num amor por toda a vida
É uma vida preenchida
E rica que rola e rola,
Expandindo-se, constante,
Bela e poderosa, avante.
Questão
A questão não é saber
Se continuamos ou não,
Mas como vamos poder
De tal desfrutar então.
É que esta vida é tão curta
E a outra em tão breve é surta!
Mentiroso
Qualquer possibilidade
Dum diálogo deveras
Com um mentiroso é um logro.
Mentira feita verdade
Troca as voltas às esperas,
Nem sequer meu sonho logro.
Dependente
O dependente afectivo
A vida própria perdeu,
Crê que só se mantém vivo
Da vida que outrem lhe deu.
Tanto então outrem agarra
Que o amor torna-se amarra.
Nunca
Se o dia nunca me basta
A quanto quero fazer,
Tiro a semana da pasta,
Nela encaixo quanto houver.
- E não é que tudo muda
Com esta pequena ajuda?!
Prefiro
Prefiro não ser herói
Ante os olhos de meu filho,
Antes ser homem que foi
Bem real todo o seu trilho.
É que isto já é bastante
Difícil de ir por diante.
Falar
Aquele que falar sabe
No momento bem preciso
A palavra que lhe cabe,
Encontra sempre, com siso,
O caminho, aos rebolões
Embora, dos corações.
Valha
Não há pública alegria
Que valha a particular:
Aquela tudo alumia,
Esta luz é singular.
Dispersa, esvai a magia;
Concentrada, é o Céu a par.
Vale
Toda a hostilidade,
Mundo vagabundo,
Não vale de nada.
Ao fim chego ao fundo:
É uma nulidade
A vida acabada.
Penedo
Amigos a ser amigos
Só sendo amigos de longe.
Amigos de perto abrigos
Não há que o mar não esponje:
Penedo contíguo ao mar
É batido sem parar.
Importa
Pouco importa fazer muito,
Porém no menor dos prazos.
O que importa é se, gratuito,
O aprazível fiz de acasos,
Se, de quanto ombreia o fútil,
Eu, afinal, tornei útil.
Casar
Casar não é conclusão,
Antes ponto de partida.
O marido, na união,
Molda a mulher, de seguida,
E esta, ali a se moldar,
Dele molda o jeito ao lar.
Recíproco
Recíproco sacrifício
Requer a felicidade,
De sonho traz benefício
Germiná-lo em realidade:
O sonho é de asas travadas
Que ao chão vem moldar pegadas.
Ergue
Quem no mundo sobrevive
É quem se ergue e que procura
O que quer e que o motive.
Se o não encontra, inaugura,
Pelo caminho da vida,
A Nova Terra envolvida.
Fracasso
Quando a sorte te arremeda
Negando o que prometer,
O fracasso não é queda,
É recusa de se erguer.
Muda a contrariedade,
Pois, em oportunidade.
Deus
O deus dos buracos
Não existiu nunca,
Que o saber com cacos
Dele o chão nos junca.
Ou é um coração
Ou deus não é, não.