DÉCIMO PRIMEIRO TROVÁRIO
E O AMOR MAIS SER DEVÉM
Escolha ao acaso um número entre 1083 e 1216, inclusive.
Leia o poema correspondente como uma mensagem particular para o seu dia de hoje.
1083 - E o amor mais ser devém
E o amor mais ser devém,
Em quadra de metro incerto,
Rimando como convém,
No que sou, o passo além,
O afecto a rondar de perto.
Na métrica inesperada
É o irregular que rimo
Do amor que espreita na estrada,
Do que sou coroando o cimo.
Brota-me o amor de emboscada
Nos canais que sou perenes,
Em quadra o apanho entravada.
E, nestes ritmos, infrenes,
Ser e amor me unem solenes.
1084 - Voz
Uma voz, que é que é uma voz?
Um bosquejo de ânsia e calma,
Cambiante de sombra e uma luz após:
- Uma porta em busca de alma.
1085 - Irritante
Em muito mais que um traslado
Corre a vida assente:
Característica irritante do passado
É tornar-se presente.
1086 - Dom
Todo o amor um dom contém
E requer coragem.
O medo apenas vem
Na mesma embalagem.
1087 - Fugir
Para quê fugir de casa?
Fora do lar
Estendida qualquer asa,
Acabaremos sempre, finalmente, por voltar…
1088 - Tentar
Para o conformista,
Tentar é o primeiro passo
Na lista
Do fracasso.
1089 - Ninho
Um ninho vazio
Oferta aos pais a oportunidade
De alargarem horizontes para além do rio
E desbravarem novas paisagens de personalidade.
1090 - Prolongando
Prolongando o terno abraço,
Quando um filho sai do lar,
Há mais espaço
Para respirar.
1091 - Comédia
Muito mais que gargalhar
Quando por trás há um abismo,
Comédia é representar
O optimismo.
1092 - Melhor
O melhor investimento,
Quantas vezes, que faremos
É aquele que, no momento,
Não fizemos!
1093 - Obra
Qualquer obra universal,
Qualquer que seja a que vedes,
Será sempre algo local
Mas sem paredes.
1094 - Independência
De independência o sentimento vivo
Que um povo invade
É o rosto colectivo
Das liberdade.
1095 - Mesa
Quando unificar se tenta,
Mesmo a mesa aparta:
O civilizado se alimenta,
O selvagem se enfarta.
1096 - Democracia
A democracia, no que persuade
A estarmos vivos,
É legitimidade
Dos tropismos colectivos.
1097 - Momentos
Não é a vida que não presta
Em dados momentos e ramos.
Somos nós que, à testa,
Não prestamos.
1098 - Dados
Como num jogo de dados,
Ninguém casa à espera de não dar certo.
Mesmo quando é bom para os abençoados
Quem sabe até quando dura o paraíso entreaberto?
1099 - Quere-lo
Quere-lo, de criança desde os dias risonhos?
Busca-o, tenta ao menos, fique longe ou perto:
Vida sem sonhos
É um deserto.
1100 - Aprender
Não viemos ao mundo para a fama
Que o tempo pode apagar
Mas para aprender a inteira gama
De amar.
1101 - Dono
Dono de quatrocentos hectares
De terra fiel?
A verdade é o contrário, se bem reparares:
- A terra é que é dona dele.
1102 - Perenidade
A perenidade da fé mantém-se indiferente
À volubilidade do sacrário;
O império da fome, igualmente
À natureza das bocas do obituário.
1103 - Condão
Dar sem pedir,
Dos deuses condão único dos planos,
Eternamente desafia, a nos sorrir,
Ao alcance dos humanos.
1104 - Defender
A melhor maneira
De defender a própria identidade
É à dos outros, pioneira
Prestar solidariedade.
1105 - Sujo
O sujo suja o que diz,
Somos sempre a voz que temos.
E, se não pudermos dizer nada de raiz,
Nada podemos.
1106 - Requerida
Para falar de Deus
Não é requerida a fé.
Fiéis, crentes, agnósticos, ateus…
- Basta estar de boa-fé.
1107 - Corajoso
A fortuna-mor
É, corajoso, a vida merecer
E a desgraça-mor
É, covarde, não a saber perder.
1108 - Sabe
Ninguém descobre quem
Impôs os éditos:
Nada de ninguém sabe ninguém,
Findamos inéditos.
1109 - Repetir
Repetir uma mentira
Até à exaustão
Torna-a na verdade que inspira
A pública opinião.
1110 - Amigos
Os amigos são poucos? Bendigo
O que é mais fecundo:
- Um só amigo
Pode valer o mundo.
1111 - Recanto
Um recanto fechado pode ser
Um lugar de liberdade
E, quantas vezes, em liberdade quenquer
Se sente preso de verdade!
1112 - Espaço
O espaço a que me atrevo
Não tem limites seguros:
Quando escrevo
Não há muros.
1113 - Pior
Nem sempre é sorte
O que as vidas verificam:
A morte
É pior para os que ficam.
1114 - Tempo
Tempo apenas, vida além,
Na vida temos.
Quanto, porém,
Nunca sabemos.
1115 - Ri
Ri, que a barca te fica surta
Em águas boas:
Rir é a distância mais curta
Entre duas pessoas.
1116 - Riso
O riso entre mim e ti
Traz o mais curioso dos sinais:
- Quem ri
Vive mais!
1117 - Aligeira
Humor aligeira a liderança,
Dar-nos bem nos faz com os mais
E que se opere tudo alcança
Como se foram coisas triviais.
1118 - Encontra
Quando encontra o homem "certo",
Não faz ela ideia que dele assome,
Desperto,
"Sempre" como primeiro nome.
1119 - Cínico
Enquanto as flores perfumarão
O mundo em revoada solta,
O cínico olha em volta
À procura do caixão.
1120 - Cadilhos
Há cadilhos que são mais cadilhos,
Outros são-no ou não serão:
Se teus pais nunca tiveram filhos,
É provável que também tu não.
1121 - Satisfação
Fome que se desata
Lenta se ceva:
A satisfação imediata
Muito tempo leva!
1122 - Futuro
O que foi a tradição
Já não é, mera quimera.
Até o futuro já não
É o que era.
1123 - Metro
Só o medido tem vigor
Na ciência convencida.
O metro do amor
É amar sem medida.
1124 - Cortês
Ser cortês não é mania,
É mostrar a quem se preza.
Do homem de letras a cortesia
É a clareza.
1125 - Intoleráveis
Quando os deuses pretendem castigar
O homem por intoleráveis sarilhos,
Então vêm-lhe matar
Os filhos.
1126 - Necessidade
De todos os mestres que nos hão educado,
A necessidade, com o que nos destina,
É o mais escutado
E que melhor ensina.
1127 - Nunca
Causa e efeito
Permanente:
Nunca o homem é perfeito
E nunca está contente.
1128 - Passado
O passado, seja embora o maior,
Jamais é seguro
Fiador
Do futuro.
1129 - Miúdo
A miúdo o homem suspira, a miúdo…
Coração que suspira
É que não tem tudo
A que aspira.
1130 - Milagre
Um milagre o coração
Invade,
Que é mesmo uma paixão:
- A amizade!
1131 - Radical
Tua radical medida
É com o ideal rimar:
Amar a vida,
Viver a amar.
1132 - Nacionais
As línguas nacionais escrever ou falar
É de tal premência
Que um acto hão-de começar
A ser de resistência.
1133 - Vazio
Há quem, de ser à míngua,
Ao vazio bata palmas:
Abdicar da língua
É abdicar das almas.
1134 - Atingir
A beleza duma geração,
Atingir a unidade
Na diversidade,
É o teste duma civilização.
1135 - Grande
A naturalidade
É do grande homem a marca.
A afectação é a fatalidade
Que o inseguro de si apenas abarca.
1136 - Crisol
O crisol do calor
Em que me afino:
É livre o amor,
Jamais escravo do destino.
1137 - País
No caso dum país, a vigília
Natal
Será que a comunidade internacional
Faz toda parte da família.
1138 - Oportuna
Deve oportuna
Ser a reflexão;
No que coaduna,
Importuna é que não.
1139 - Diferença
Há uma diferença entre saber
Como a vida inteira funciona
E capaz ser
De trazê-lo à tona.
1140 - Recuperá-la
Leva nove meses
A livrar-nos da mãe
E a vida toda, por vezes,
A tentar recuperá-la vida além.
1141 - Imaginário
O imaginário não é viagem
De devaneio sem fundamento,
É do corpo linguagem
Quando se casa com o pensamento.
1142 - Perderam
Sempre que, através da História,
As gentes perderam protagonismo
Floresce a escória
Do fundamentalismo.
1143 - Questionar
Questionar escava abrigos:
Ninguém aprende de verdade
Senão partindo de reais perigos
Para a curiosidade.
1144 - Mingua
Crescer mingua também,
Tem isto de singular:
Crescemos sempre que alguém
Nos ajuda sobre alguém a debruçar.
1145 - Muda
A vida só muda em drama
Quando perdemos o norte,
Quando nos falta quem ama:
Nossa carta de marear quem invente e transporte.
1146 - Velhice
A pior doença,
Para a qual não há remédios,
É da velhice a sentença
Que na solidão arrasta os tédios.
1147 - Nós
Dos nós que nos enlaçam
Quais à vida mais se aplicam?
Os maus momentos passam,
Os bons sentimentos ficam.
1148 - Sorte
Ter sorte não é, por vezes,
Algo de bom ocorrer,
Mas tais quais forem os entremezes
Assim continuarem a ser.
1149 - Caridade
Caridade não é coisa que se traça,
É amor,
É aquilo em que nos tornamos por graça
Do calor humano, do calor.
1150 - Fragrância
Chegaste como humilde violeta.
Partirás, entretanto,
Mas permanecerá de tua fragrância discreta,
Muito tempo, o quebranto.
1151 - Dentes
Os dentes não anunciam
O que somos no interior
Mas é por eles que nos avaliam,
Seja lá no que for.
1152 - Acto
O acto, sim, é imperdoável.
Mas o que é maravilhoso
É distingui-lo, amigável,
De quem actuou o que é maldoso.
1153 - Transmuda
Amor em poesia a prosa
Transmuda pela afeição,
Torna mesmo saborosa
A mais pobre refeição.
1154 - Servo
Se começo a escolher
A quem amo e a quem não amar,
Deixo de ser
Servo de Deus, a par.
1155 - Mais
Não intuis
Do que és prevenido?
- Quanto mais possuis
Mais és possuído!
1156 - Feliz
Ser feliz é uma emoção
De me sentir bem comigo,
Sem de fora qualquer precisão
De luz nem de abrigo.
1157 - Riso
Com o riso atraio boas emoções,
As más se evolam:
Não são mais as preocupações
Que me controlam.
1158 - Alerta
Quando na vida as conjunturas-limite
Nos põem alerta no escuro da cela
Pode a fé ser o primeiro palpite
A escapulir-se pela janela.
1159 - Norma
A norma jamais aprendida
Do amor na sina
É que à vida
Ninguém a ensina.
1160 - Ansiedade
Ansiedade é o medo que brota
De imaginar que um futuro colapso me alcança,
É a derrota
Da confiança.
1161 - Desejo
Tem o desejo de felicidade
Um companheiro atento:
- A necessidade
De sofrimento.
1162 - Ciúme
Com ciúme bastante
Para ser mais que uma huri,
A vida é uma amante
Que nos quer só para si.
1163 - Verdade
Não há verdade, a não ser
A que dentro de ti próprio exista.
O resto é apenas aquela que outrem disser
Que tem em vista.
1164 - Pode
Nada pode observado
Se propor
Que não seja afectado
Pelo observador.
1165 - Vida
Há vida depois da morte,
A vida resiste.
Portanto, o melhor da sorte,
É que a morte não existe.
1166 - Sorte
Têm sorte os ateus,
A realidade não mudará:
E impossível morrer sem Deus,
Ele há-de estar sempre lá.
1167 - Individuação
Somos a individuação nascida
Da Singularidade Omnipotente
A experienciar a Vida
Sequencialmente simultaneamente.
1168 - Maneira
Consigo
A maneira que convém
De fazer um amigo
Sendo um amigo também.
1169 - Saltarem
Na morte és acolhido
Por todos aqueles que amares,
Os que antes de ti houverem morrido,
Os que depois de ti saltarem da morte os patamares.
1170 - Debaixo
Debaixo da história do momento
Jaz outra mais profunda, sempre alerta,
O mais fecundo segmento,
À espera de ser descoberta.
1171 - Versões
É o mais belo da vida em comunidade:
De encontrarmos pessoas diferentes
A oportunidade,
A viverem segundo versões divergentes.
1172 - Incondicional
O amor incondicional quer
Significar
Que não temos de compreender
Para amar.
1173 - Sexualidade
Minha humana sexualidade profunda
Só satisfarei quando vislumbrar,
Que o ente amado que com fé busco fecunda
É divino, impossível de encontrar.
1174 - Confere
O que à vida confere o valor
Digna de viver-se tornada,
Nossa fulgurante alma interior,
Ignoram-na como não provada.
1175 - Opaca
O véu que a vida opaca torna, sem se ver,
É finíssimo, bastando então,
Para o remover,
O mero sopro da imaginação.
1176 - Lugar
O poeta, o artista de verdade,
Não têm lugar de seu
Numa comunidade
Que qualquer alma esqueceu.
1177 - Cultura
Nossa cultura é uma cultura de fazer
Em vez de esperar, de permitir,
De as janelas abrir
E apenas ser.
1178 - Sentido
O sentido da vida pode ser encontrado
A qualquer momento,
Sem mexer os olhos ser solicitado
Nem alterar nada no evento.
1179 - Sedento
Procuras sedento a comunhão
E depois tens tantas personalidades?
Apenas é viável a união
Àqueles que forem unidades.
1180 - Caminho
O caminho para encontrar
Alma gémea, feliz e calma,
Há-de sempre passar
Por sermos alguém com alma.
1181 - Vice-versa
Seja o que for que ocorrer aqui em baixo
Implica directo o que ocorrer ali em cima,
E vice-versa, tudo em cacho
Mutuamente se arrima.
1182 - Aceitação
Um certo riso nos invade
Que uma aceitação reconfortante preza
Da humildade
Da humana natureza.
1183 - Envolve
No amplexo
Que envolve o teu dia-a-dia,
O sexo
Tem pouco a ver com biologia.
1184 - Estilos
Os estilos de vida espirituais
Fazem perder, em muita ocasião,
A própria liberdade que cultivais
E a imaginação.
1185 - Sustento
Um quadro, um pôr-de-sol,
Uma sonata, o nada,
Do sustento de qualquer alma estão no rol
Do que lhe agrada.
1186 - Interpenetram
Quando espiritualidade e mundanidade
Se interpenetram e mal se distinguem no ensejo,
É que inundadas de alma estão em profundidade
E devêm objecto de desejo.
1187 - Leitura
Quando certas esplanadas, à refeição,
Convidam à leitura, o pensamento
Devém, então,
Alimento.
1188 - Reservatório
Tradição
Que persuade
É reservatório de imaginação,
Não suporte de autoridade.
1189 - Imaginário
O imaginário cumpre um sentido
Em seu fado:
É como a vida fluído,
Não imobilizado.
1190 - Move-se
Em círculos move-se a vida,
Gradando os torrões,
Em ciclos de retorno à partida
E em deambulações.
1191 - Atrás
A mulher
Não é feita para correr:
Quando dos homens fugirem,
É para eles atrás delas irem…
1192 - Crianças
Com crianças não há enganos:
Dos dias são longos os surtos
Mas os anos
São curtos.
1193 - Emoções
A alegria
É uma das poucas emoções que, por azar,
Ninguém poderia
Imaginar.
1194 - Apenas
Na vida, em todos os momentos
De todas as ocasiões,
Não há arrependimentos,
Apenas lições.
1195 - Obra-prima
Não há uma obra-prima genial
Que não inclua, pura,
Alguma forma germinal
De loucura.
1196 - Verdade
Mais semelhança que diferença
O ser humano comparte
E o que algures é verdade numa sentença
É verdade em toda a parte.
1197 - Meu
Não tenho como assegurar
Meu tempo nem meu lugar em frente:
A vida dum homem pode mudar
Dum dia para o outro inteiramente.
1198 - Morgue
Na morgue é que deixa alguém
Oficialmente de alguém ser
E se transforma em coisa, um bem,
Como bem queira quenquer.
1199 - Baloiça
O vestido baloiça como um sino
Enquanto ela atravessa a rua,
Mas o que dá badaladas é o destino
Em meu coração que estua.
1200 - Tonto
O homem mais sensato,
Mais senhor,
Pode transformar-se num tonto cordato
Por amor.
1201 - Dono
Este pai não é bom pai
Porque ama demais os filhos:
Ama-os tanto que a ser dono deles vai,
Acorrentando-os a si com mil e um cadilhos.
1202 - Dinheiro
O dinheiro é a grande lupa
De distorcer a realidade:
Multiplica qualidades em catadupa
Que deveras nunca tem de verdade.
1203 - Pobre
Sempre é pobre o endinheirado
Se só tiver, no aceiro
Da vida que tem levado,
Dinheiro.
1204 - Brandir
Quando alguém não gosta de nós,
De nós não gosta por alegar
As mil razões, de brandir após,
Que ele conseguir inventar.
1205 - Deuses
Deuses não somos, somos meras criaturas
E o que julgamos eterno, nunca eterno é, no final:
Um dia com prendas belas com belas ataduras,
Noutro papel de embrulho a esvoaçar ao vendaval.
1206 - Compartimento
Do nosso compartimento as paredes frias
Onde incomunicável atroas
Não são as filosofias,
São as pessoas.
1207 - Ontem
Caminham comigo de ontem meus dias,
Em pegadas certas que a mim se estreitam,
E são rostos cinzentos, silentes melodias,
Que por sobre meu ombro espreitam.
1208 - Pendor
Há sempre um pendor fecundo
Por trás do que se despoleta.
O que para a lagarta é fim do mundo,
Para o sábio é borboleta.
1209 - Traça
Da própria vida se na traça
Toda a gente é diferente,
Ninguém ao que ali se passa
É indiferente.
1210 - Pregas
Terá pregas nossa memória
Que não alisam?
Quando adquiro um hábito, é uma longa história,
Tempos e tempos que se visam
1211 - Camuflado
Do tempo livre o irmão inimigo,
Camuflado atrás do vento
Que lhe sacode o abrigo,
É o aborrecimento.
1212 - Jogos
Os jogos de sorte dão
Dinheiro de verdade,
Mas não
A felicidade.
1213 - Insípidas
Quando vividas,
Da reforma as doçuras
Podem ser sentidas
Tão mais insípidas quão mais puras.
1214 - Esclerose
Basta abrandar, não sair correndo ao vento,
E a esclerose nos invade:
Movimento atrai movimento,
Imobilidade, a imobilidade.
1215 - Desperte
Procura toda a gente alguém
Que lhe desperte a confiança,
Que lhe devolva, quando perdida vida além,
A esperança.
1216 - Disponível
Quando o discípulo está pronto,
O mestre aparece:
Quando disponível para transmitir, aponto,
Carente, como a terra inteira me estremece.