SEXTO VERSO
QUE, POR ANTIGO, ENTÃO ASSAZ
CONTÉM
Escolha aleatoriamente um número
entre 573 e 635 inclusive.
Descubra o poema correspondente
como uma mensagem particular para o seu dia de hoje.
573
576
Que, por
antigo
Sexo
Que, por
antigo,
Será na evolução que os organismos
Então assaz
contém
Encorajados são a interessante
Abrigo,
O sexo acharem para além de abismos
É o que
digo
Que um ignoto porvir lhes talhe adiante.
Do que em si
retém
De antanho a
semente
A
mesma evolução segredos diz-mos
Que germina
além.
Quando elimina quem lhe não garante
E aqui me
tem,
Que no sexo descubra mais baptismos
Recente.
Que em crenças e tabus do que é distante.
Assim é que mostramos atractivo
574
Por quanto for partilha, se é genética:
Milhões
Isto
apenas mantém um homem vivo.
Setenta milhões
de anos
significam,
Para
além de qualquer sofisma de ética,
Na intérmina
passagem das
idades,
Jamais é a continência uma abstenção:
Quantas eras em
nós enfim
claudicam
Sem amor o ascetismo é uma ilusão.
Sem vislumbrarmos
delas que verdades
Nas pedras e nos
astros se
autenticam
577
Nem que alcance terão
capacidades
Céus
Que em nós
atentas mal as verificam.
Que significam
tais
imensidades
O nitrogénio de que o ar é feito
Em noventa por cento do que tem
A quem delas só
vive um
milionésimo?
Os milénios o foram, com preceito,
Uma efémera somos
borboleta
Talhando
lento, tal como convém.
E, muito embora o
tempo ao sonho pese-mo,
Seres vivos o foram, muito a jeito,
Sempre uma
eternidade anda
completa
Trocando de oxigénio que, porém,
Neste instante
que vivo em minha
vida
Quando excessivo, muito mal ao peito
Que dura um bater
de asa e é já
perdida.
Do ser vivo faria se o retém.
Assim é que estes céus que contemplamos
575
E que por tantas vezes maravilham
Comuna
Muito
menos serão os céus que herdamos,
Cada célula viva
é uma
comuna
São muito mais os céus que nos perfilham.
Em que milhões de
membros
congregaram
Os céus que nos deslumbram e que temos
De antanho as
vidas soltas numa
una
São, afinal, os céus que nós fizemos.
Em que ao comum o
próprio lhe entregaram.
Assim nos tecem a
vital fortuna
Para o fito comum
que trabalharam,
Na lei
fundamental que coaduna
Todos num, que
assim vivos se tornaram.
Pois assim é que
sendo cada qual
Um único na sua
unicidade,
Num sonho em que
se integra por igual,
Cem mil milhões
de vidas, em verdade,
É que lhe
constituem a união,
Cada qual é, de
facto, multidão.
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578
Astutos os caçamos e comemos;
Mundo
Vorazes,
eles caçam-nos e comem.
Como,
pois, tudo o mais de que vivemos
Se num mundo
vivêramos e
nada
Nele mudara,
pouco havia a
ver,
Um homem não é nunca apenas homem:
Para compreender
não há
qualquer
Após quanto se parte e se reparte,
Assunto, nem a
ciência tem
morada.
Uns dos outros fazemos todos parte.
Se imprevisível
fora-lhe a fachada
E se ao acaso
muda o
parecer,
581
Qual o modo
encontrar de esclarecer
Privilégio
Com a ciência a
pérfida parada?
Nem nós nem o planeta gozaremos
Vivo num universo
que é
intermédio
De qualquer privilégio natural.
Onde os eventos
mudam mas
constantes
Desde o grego Aristarco que o sabemos
Marcam as leis
que os regem. Então
mede-o
E desde ele o ignoramos por igual.
A razão, a
ciência, por
instantes:
Tal verificação, na vertical,
Poderá esclarecer
as
escondidas
A aplicar às estrelas vindo temos
Receitas que
melhoram nossas
vidas.
E tentamos tal qual, na horizontal,
Aos grupos humanais com que vivemos.
579
Com êxito assinado conseguimos
Ciência
Aplicá-lo
às estrelas do Universo.
Ao invés, não nos entra
em nossos limos
Livre de
investigar, nasce a ciência
Que ao livre
investigar se então
consagra:
Senão no inerme sonho que há num verso:
A hipótese
qualquer sempre se
sagra
Invariável, levanta oposição
Por mérito que
houver nela em
potência.
Toda e qualquer grupal aplicação.
A estranheza não
dita a imprevidência,
De igrejas e
políticas
pelagra,
582
Que incómoda
suprime a hipótese
agra
Pegadas
Sem a perda medir
de tal ausência.
Somos pesquisadores imparáveis
Sabedoria quer
outro
caminho,
Mas todas as pegadas desta busca
Não há lugar à
força neste
esforço
Nos
afastaram mais, irremediáveis,
Em que o saber
procura o próprio
ninho.
Do centro da comédia à sombra fusca.
De antemão
ninguém sabe qual o
escorço
Não houve muito tempo e
assimiláveis
Nem quem vai
descobrir novos
aspectos
As novas descobertas do que ofusca
Que irão ser
nosso chão e nossos
tectos.
Nunca
o foram por nós, nada fiáveis
Nesta despromoção de quem as busca.
580
Tema embora, discreto, a descoberta
Quando
Que
em nós o passo em frente nos promove,
Que
no fim só mantém a porta aberta
Quando usamos as
peles de animais
Sentimos de
animais os mais poderes:
Ao cosmos que em redor de nós se move,
Saltamos
agilmente tais e
quais
Rumo a nós o primeiro passo a jeito
Gazelas quando
fogem aos berberes,
É ver que impõe a luta por preceito.
Caçamos como um
urso os seus rivais,
Camelos no
deserto, úteis saberes
Detemos, de
esperança bons sinais...
Nós com os
animais trocamos seres.
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583
Dos factos mais pequenos breve traço
Receio
O
tempo o diluirá na contraluz
Da chusma que o afoga em seu abraço.
Nascemos com
receio dos papões
Que a noite
ensombram crus de
pesadelos,
Porém, secreto, ali mais se traduz,
Escuros nos
ameaçam doutros
zelos
Que mais longo se torna o infindo braço
Em que da vida
vemos os
senões.
Da alavanca do tempo em que produz.
Adversários assim
de escuridões,
Das estrelas
perdemos mesmo os
elos,
586
Nem já de seus
fulgores os mais belos
Notável
Esperanças
tiramos, ilusões.
É notável vivermos no Universo
Porém, da vida e
morte as
sequelas
Que gera o sonho e o facto que é a vida,
São tanto, no
mistério,
paralelas
Mesmo quando o milagre à despedida
Que ainda o colo
melhor onde me
acoite
Dum poema inacabado seja o verso.
É o desta
imensidão povoada
delas:
Notável
é viver neste disperso
Amamos por demais
estas
estrelas
Mundo em que uma galáxia destruída
Para acaso temer
de vez a
noite.
Não impede que a estrela já esvaída
Dos restos reconstrua um corpo terso.
584
Este
nosso universo não parece,
Rapidez
De
facto, nem benigno nem hostil,
Ao
invés se vislumbra indiferente
Do pensamento é
tal a rapidez
Que no
instantâneo vê qualquer
lonjura
Aos problemas de quem o não merece,
E as distâncias
quaisquer ele
perfura
Tão insignificante, um nada vil,
Sem nos espaços
ver muros de
vez.
Como nós a que o cosmos nunca mente.
Contudo, nos
neurónios o revés
É que o pulsar
que um pensamento
dura
587
Tão lento se
encaminha na
procura
Fruto
Que uma carroça é
lesta mais dos pés.
Podem os homens ser fruto dum sonho
Tal é a
contradição com que
vivemos:
Como os frutos da vida que sonharem
Sonhamos ir além,
vencer a
luz,
Se
espalharão por quantas leivas arem
Depois no
calcanhar chumbo é o que
temos.
Num arroteio assim menos medonho?
Porém, a
frustração é quem
produz
Ou, ao contrário, quanto assim disponho
De nós todos os
deuses como os
demos
São as flechas falseadas que disparem
Por quem o longe
lento se
reduz.
As
minhas fantasias ao pensarem
De pé como é que aqui, enfim, me ponho?
585
Dizem que os homens poderão não ser
Evento
O
sonho por um dia que hão-de ter
Os deuses ou um deus
desconhecido.
Recuado quanto
mais no tempo for
Um evento contudo
bem
falaz
Mas os deuses serão e Deus será
Tanto mais deverá
devir
maior
O sonho do que em nós ainda não há,
O inesperado
efeito que ele
traz.
Sonho de homens que aos homens dá sentido.
Numa cósmica
escala, um vago odor
De que nenhum
nariz vai ser capaz,
Ao fim de milhões
de anos o estupor
Duma galáxia
infinda é o que ele faz.
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588
Porém, a realidade de cotio
Fala
Ultrapassa
hoje em dia tal ficção,
Cada
sábio é mais que um desafio,
Através dos
milénios, ele fala,
Um autor, com
clareza e em
silêncio,
É um romancista com o mundo à mão:
Dentro em nossa
cabeça, sem
cabala,
Os
sábios criam em qualquer lugar
Directo contra o
tempo luta e
vence-o.
O que outrem já nem logra imaginar!
A escrita foi
talvez a maior bala
Que o Homem
inventou: vence e
convence-o.
591
Ao comunal
tecido, quando
adense-o,
Matéria
As épocas religa
que intervala.
Entre
as mãos tuas a matéria informe
Os cidadãos das
épocas
distantes
A uma inutilidade, um egoísmo
Que nunca se
chegaram a
entrever
Escapa penetrando neste abismo
Trocam ideias
como dois
amantes.
Laborioso, talhado e assim conforme
Do tempo quebram
livros as
cadeias
Ao nosso mundo de homens, este enorme
E provam que este
ser que é humano
ser
Intrincado da vida em que me cismo.
É capaz de magias
às mãos
cheias.
Modelando a matéria, assim a crismo
Do modo e da função a que a transforme.
589
Cada pancada com que um bloco partes,
Humanos
Cada lamela afeita a tuas
artes
Confusas
nos acordam na memória
Não existem
humanos noutro sítio:
Aqui só, no
minúsculo
planeta
A impresão de domar matéria inerte
Este espécime
raro atinge a
meta,
Até que em corpo e vida enfim desperte:
Faz com que a
infinidade, enfim,
concite-o.
- Criamo-la, criamo-nos história!
Se houver uma
razão outra, então cite-o
Dessoutra
imensidão em que,
incompleta,
592
O igual no diferente
lê,
discreta,
Calcar
Humano além de
humano, e assim medite-o.
Será de bom juízo aos pés calcar
Somos espécie
rara e
ameaçada:
Asneiras que fazemos, as tolices
Na perspectiva
cósmica então
cada
Em que acaso apostámos, quando visses
Um de nós será
mesmo
precioso.
Que afinal não deveram ter lugar.
Se alguém de ti
discorda, faz que
viva:
Contudo, sempre aqui um calcanhar
Cem milhões de
galáxias e um
conviva
À lançada ofertamos, que as sandices,
Como ele não há
mais que te dê
gozo!
Quando as de nossa boca antes ouvisses,
Como de loucas vamos confessar?
590
Tanto preito à razão nós ofertamos
Ficção
E
tal orgulho nos empresta à raça
Que,
se falha, nem cremos que falhámos.
Outrora nossos
sonhos viajaram
Na ficção dos
romances, da
poesia,
Renitentes, então é na carcaça
Realidades
formais de
fantasia
Já
morta das razões em que acordámos
Que apenas hoje
em carne se
declaram.
Que sem razão morremos no que passa.
De amanhã no
domínio desmascaram
As rotas
siderais, quem
principia
Ou quem acaba em
nossas sendas guia,
Os passos nos
marcando que marcaram.
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593
Talvez a vida seja um pesadelo
Ganância
Sofrido
entre um e outro despertar,
Entre
eles operando como um elo
A ganância que é
madre dos negócios
Dizem que tem,
mas não, alma
imortal.
Que cada peça põe no seu lugar.
Tudo decora mas
aprende
mal,
Assim cada jornada se depura,
Repara em tudo e
quanto vê são
ócios.
Cada dia é uma vida em miniatura.
Tudo cobiça mas
cobre o sinal
De catar lucros,
porque sempre
endosse-os
596
Aos espaventos e
no gesto adoce-os, Dúbios
Como quem busca
além o par igual.
Os que examinam, dúbios, com demora,
Não tem alma, não
tem, é só
voraz.
O tamanho dos saltos que hão-de dar
Ladina e esperta,
o vácuo em que
consome
Ai deles, que de tanto sopesar
O mundo inteiro
nunca a
satisfaz.
Acabam desistindo, indo-se embora!
Tem muitos nomes
e jamais tem
nome,
Assim a marcar passo de hora a hora,
De saciar-se
jamais é capaz,
Aumenta a indecisão e cada esgar
Ganância é
Humanidade feita
fome.
Se perde fatalmente do lugar
Que marca qualquer rosto e que o decora.
594
Ao
contrário, olhai bem para a frente
Rara
E
marchai decididos a direito.
Será
sempre o caminho mais urgente,
Na ida alguma
rara coisa rara
Da raridade tira
a mais-valia
Que
a caminhar é um homem sempre atreito.
Que preciosa a
torna em
demasia,
Quem pondera um sentido e nunca o tente,
No escrínio
resguardada, jóia
cara.
É um homem que jamais de homem é feito.
Quanto mais,
todavia, a preservara
Sem partilha em
meu íntimo,
sentia
597
Que o custo da
pureza da
magia
Sublime
Tanto mais em
prisão se me tornara.
Da vida o viver pode ser sublime
São segredos as
raras coisas
ditas
E da morte o morrer pode também.
Que a ninguém
transmitir-se poderão,
Juntai
no seio, tal como convém,
Que a língua as
trairá, tão mal
transcritas,
Berço e túmulo, que um outro redime.
Que delas os mais
nada
entenderão.
A vida possuí, amantes, nem
Portanto,
solitária é a vida e
gritas
Que adormeçais depois, que o peso oprime,
Sempre encerrado
e nu duma
prisão.
Nos abraços da morte que se imprime
Em quem em recompensa pagou bem.
595
Se despertardes, outra vez amai!
Miniatura
E,
se dormirdes, descansai em paz,
Que
a vida dura quanto dura um ai!
A vida talvez
deva se encarar,
Não tanto como um
sonho em
movimento,
Quem poderá saber que é que nos traz
Em que o sono
tempera o
pensamento,
A morte e a vida, quando se é tão pobre?
Permite a cada
freima
respirar.
- Saboreá-lo ignorando é que o descobre.
Não é também um
brilho de luar
Na floresta a
talhar o encantamento,
Nem o fremir das
brisas do tormento
Com um fado
maldito sempre a par.
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598
Se extingue e mais escuras deixa as trevas
Chora
Em
redor do que fátua iluminou.
Por
isso não te iludas nem te atrevas
A dor, quando
alguém chora, aí se gasta.
Não há paixão
alguma que
resista
A crer que para além marcaste o voo:
Se começa
chorando, ao ter em
vista
A vida sofre sempre da ferida
Quanto o prazer
em dor sempre se
engasta.
Que a morte lhe inculcou desde nascida.
Raridade será
quando se afasta,
Desabafando em
pranto, a dor que
insista,
601
Tal criança em
que o choro ainda
persista
Pátria
E logo um riso ri
da melhor casta.
Vós
donde sois? - na Pátria me perguntam
E uma terra, uma zona na resposta
Porém, há
criaturas que não
choram,
Aguardam, para então lá justaposta
A dor nelas é
fogo e jamais
água,
A sua decidirem se ma juntam.
Os veios do
vulcão nelas afloram
Vós donde sois? - na estranja nos perguntam
Fundindo rocha e
ferro em sua
frágua:
E aguardam uma pátria nesta aposta,
- A dor lhes
queima mais que o
coração,
Na convicção perene em que é suposta
Matando acaba o
corpo e a
razão.
Uma pátria a que as mais então se ajuntam.
Porém, não tenho pátria, que sou pó
599
Como todos os mais, ludibriados
Feliz
Pelo
jogo fortuito da aparência.
Qual é o homem
feliz? Será o que
tem
As pátrias são engano enquanto só
Riquezas e
fortunas
incontáveis
Enfrento, desiluso, os meus cuidados,
E cujas
exigências
inadiáveis
Até que de meu zero haja a evidência.
Não permitem
jamais gozá-las bem?
Serão as classes
médias
insaciáveis,
602
Sempre em busca
daquilo que não
têm,
Génio
Aqui e agora
projectando além
Dos sonhos o
sonhar
irrealizáveis?
Criaturas de génio, que idiotas!
De espírito tão boas e tão sãs,
Na miséria jamais
nos
disporemos
Que gemidos, que dores mais malsãs
A encontrar o
critério da
alegria
As põem neste mundo às cambalhotas?
Que no sonho
feliz se julga haver.
Com que desgraças, vulgo, lhes embotas
Se depuramos
tudo, o que ao fim
temos
A têmpera em sofridas, graves cãs!
É que ser-se
feliz não é
magia:
Como escarneces todas as manhãs
- Dos homens mais
feliz é o que o crê
ser!
Dos frutos das vigílias que empacotas!
Sempre
o que esmaga as almas estremadas
600
Será a vingança atroz desta canalha
Ferida
Que
zurra triunfante nas estradas.
A terra erguida
além, da
sepultura,
Pois sempre o lume humano se atrapalha
É o pregão
silencioso das
vaidades
Com este fogo lento do assasínio
Com que a vida
envaidece a
formosura:
Que é recalcá-lo o algoz no esterquilínio.
Ela ali paga
eterna as veleidades.
Flor dum dia
queimada em noite escura
Pelo gear de
nossas necedades,
Mais não é que o
talento ou a finura,
Flama que brilha,
que arde e que às Trindades
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603
O
certo e o duvidoso nunca existem
Servir
De
per si, como estranhos a quem olha:
O
valor deste vem e além persistem
Quem crê serve a
verdade por servir,
Sem uma
ambiguidade
desonesta,
As margens do mistério que recolha.
Embora queira a
quem nunca
requesta
Será o ponto de vista que tiver
Por que nele
descubra que há
porvir.
Que areia ou rocha extrai de quanto houver.
Pois fica ante a
verdade manifesta
Obrigado a
servi-la, urge
erigir
606
Bases elementares
que a partir
Pesadelos
Delas permitam ir
aos céus em
festa.
Mil pesadelos crus nos atormentam
Com isto não são
poucas as
pessoas
E se repetem fiéis sem nos largar,
A quem pisará os
calos da
consciência
Folhas murchas que pendem do lugar
Ou a quem leu
verrugas de
imprudência.
Com pedúnculo vivo que alimentam.
Reagem estas
maiorias
boas
Terei de os carregar, que se cimentam,
Cobrando
venenosas o
recibo
Por
mais que decidido a os ignorar
Que aos voos lhe
retira todo o
cibo.
Eu me proponha e tente libertar
Nas festas mais febris que se incrementam.
604
Há sempre dentro em nós outro mistério
Descobrindo
Que
fatal nos mantém sob um império
Do
que é mais importante que o que vemos.
Descobrindo que
temos de morrer,
Atrás largamos
mitos de
crianças,
E, quando levantamos qualquer véu,
Amadurecem
passos,
contradanças
A ponta que descobre um pouco o céu
Que nem
imaginávamos
sequer.
Dele jamais revela onde os extremos.
É de facto
vivendo que quenquer
Pode aprender
quanto afinal te
cansas
607
Na busca
interminável do que
alcanças
Vista
E que te mora
além do que se quer.
Se um jovem grave, amando seriamente,
É tal como se a
vida nosso
pai
Vai transformar-se, no Ocidente, em lixo,
Nos fora da novel
sabedoria
A civilização traz neste nicho
Que nos se
acumulando lenta
vai.
A bactéria mortal com que a si mente.
Porém, a morte
tem outra
magia
Quando o amor se transmuda no indecente,
Que à vida
empresta o peso que ela
tem:
É nojo o filho ter que ao colo anicho,
É da sabedoria a
nossa
mãe.
Um mundo de dois sexos é prolixo,
Devém o procriar incerto, ausente.
605
A culpa do pecado nos vicia,
Parece
De
longe transformou em porcaria
Quanto
era duma vida a natureza.
Nesta vida parece
muita coisa
Da aparência
sofrer de
duvidosa
Que admira se depois toda a cultura
E sábio sempre
aquele é que não
ousa
Fica entravada pela vista impura
No incerto
figurar que se
repoisa.
Que
lhe oculta a raiz do que é grandeza?
O mais grave,
porém, é que na loisa
Em que demonstre,
fértil, o que goza
De firme
segurança, se me entrosa
A dúvida de viés
e o erro poisa.
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608
Por que é que quando o corpo se extasia
Galilaico
Às
vezes entristece e se arrepia?
Assim
é que se torna um desaforo
Será que o
carpinteiro galilaico
Detrás o que era
bom tudo
acabara?
Que nos corre a sonoras bofetadas
A fronte humana
pálida
tornara
Os sonhos que calcetam as estradas
De mortificador
sofrer
prosaico?
Qualquer amor que aflora sem decoro.
Uma cruz de
negror, de sabor laico,
De vez a Terra
intérmina
esmagara,
611
O resplendor das
rosas nos
secara,
Cruz
Dos beijos o
sabor condena arcaico?
Quando
até mesmo a Cruz já se perdeu
Porém, como é
possível conceber
Dum qualquer divinal significado,
Magnético
atractivo em qualquer
ser
Se o cristão, como lábaro já usado,
Cujo Universo, no
fundo, ande
cheio
No enfeite doravante a converteu,
Com tudo o que
repugna, por
ideal,
A Cruz já não é lema, é camafeu,
Dizendo bem de
quanto nos faz
mal,
Berloque sobre o peito pendurado,
Bonito achando o
que, ao invés, é
feio?
É broche do colar prendido ao lado,
Tilinta
na pulseira, ignota ao céu.
609
É gravada no lacre dos sinetes
Origem
E
nos botões de punho, em galhardetes,
Vazia
como toda a multidão.
Toda a origem do
nosso desvario
Não se esgota
jamais no que nos
sai
Devém, de jóia rara da cultura,
Nos gestos e
atitudes com que
vai
Naquilo que um ourives lhe depura,
Galgando o duro
algar da vida o
rio.
Já não pertence à fé de que foi pão.
Nem vem da
insensatez do desafio
Em cujo abismo a
Humanidade
cai.
612
A nossa força se
se a fundo
esvai
Fariseu
É que mais fundo
a rompe algum desvio.
Condeno sem apelo o sanedrim,
Tais bêbados sem
norte nos
portamos
As hirtas leis judaicas indobráveis,
Talvez pela lição
de nossos
amos
Com qualquer obra culta insociáveis
Em quem, de
insensatez, mantemos
fé:
Com que quenquer pretenda ao mal pôr fim.
E, assim, nesta
cadeia dos
enganos,
Pois sempre o fariseu veria assim
Regredimos
milénios pelos
anos
O
aqueduto romano que aos aráveis
Até ao
borrachíssimo
Noé!
Terrenos regará e as sendas viáveis
Em estrada calçadas sem ter fim.
610
Voluptuosidade
Quem nos dera romanas
muitas ter
Das
termas em que pústulas quaisquer
Voluptuosidade
enganadora,
Se curavam outrora e doravante!
Qual o sábio que
encara esse teu gozo
Como um amor
jamais com que desposo,
Maldito fariseu, cuja ferida
Eternamente
adiado vida
fora?
É a pústula maior hoje mantida,
Fanática, sem cura e sempre hiante!
Debaixo do
sorriso luminoso
Quanto dente
cariado ali aflora!
De quanto beijo
humano resta agora
O frustrado sabor
do que é amargoso!
=================================================================
613
Além
disto são vícios, são traições,
História
São
assaltos, violências, corrupções
Que
os homens vão deixando no seu rastro.
A História sobre
a Terra é um grande vento
Que a Natureza
joga-nos à
cara,
Quando
à Terra se lhe abrem os seus odres
Que tal como os
demais nos frustra o intento
Veremos um montão de coisas podres
De lhe opor
eficaz uma
antepara.
Com a insana basófia de ser astro.
O insensato seu
peito lhe prepara
E logo é
derrubado no
tormento
616
Que quem contra o
destino algo
intentara
Descaro
Sempre acaba
sofrendo algum momento.
É um heróico descaro de afirmar,
Prudente é
recolher logo à
morada,
Batendo com pé forte em terra firme,
Aguardando quieto
que a
lufada Que
distingue quem perde e quem confirme
Da tempestade
passe, qual
destino,
Que dentre os vencedores tem lugar.
E a força
aproveitar da
natureza,
Também na rocha bruta o seu altar
Desta energia
encher nossa
fraqueza
Implanta quem os olhos alto afirme
E forte assim
devir de
clandestino.
Que aos céus eleva pálido a remir-me
Por mística virtude singular.
614
Sempre o descaramento é que comanda
Relíquias O
que entre os homens prolifera e manda,
Não
é, não, a verdade ou a justiça
As relíquias
milagres sempiternos
Pelas eras além
sempre
fizeram
Por muito que os heróis morram na liça:
Em todas as
igrejas em que
creram
-
As mais universais das ilusões
Quaisquer crentes
dos céus ou dos
infernos.
Criam igrejas e superstições.
Que importa que
odiosos ou que ternos
Devieram fiéis,
as fés que
arderam
617
Em povos,
continentes que
esqueceram
Compradas
Já perdidos de
antanho nos invernos?
Compra
e venda sem lei é a lei selvagem
Relíquias
eficazes nunca valem
Que em seu proveito dita quem é forte,
Verdades que nas
fés lhes
equivalem,
Sem rede que proteja da má sorte,
Como não valem
orações nem
leis.
Da sorte ponha cobro à vadiagem.
Uma autenticidade
que é
descrida
A lei que nos defenda na viagem
Não ressuscita um
morto para a
vida,
Não pretende fugir à lei da morte
Porém o
ressuscita a fé que
creia.
Mas antes pôr a teia que comporte
Aos
excessos colocar uma travagem.
615
Mas quando compra e venda reguladas
Monturo
Nos
forem por total legislação,
De
modo que as leis são nossos gestores,
Desde as carcaças
frívolas das bestas
Aos mortos pelas
guerras,
tiranias,
As coisas que vão ser logo compradas
O monturo cresceu
das
porcarias,
Produtos de mercado não serão,
Ar, mar e terra
são o que hoje
empestas.
Serão antes de mais legisladores.
Dos lixos
domésticos as cestas
A Terra recobriam
nalguns dias
E dos industriais
as fantasias
Envenenam-te o
sol com que te crestas.
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Descobrimos às vezes por não irmos
Rumos
Conforme
as instruções, fora da estrada
Buscamos
barrocais para seguirmos.
Dividem-se as
pessoas por dois rumos,
Um que, privado
ou público,
conduz
A promessa que lá for consumada
Quem o segue, feliz,
a ter mais
luz,
Não
é fruto do acaso nem do fado,
Outro que se
esboroa dentre
fumos.
É de tentar o dantes não tentado.
Esta dicotomia
dos aprumos
Não depende
daqueles que
seduz
621
Qualquer
itinerário em que
traduz
Corredores
Da vida o fruto
variegados sumos.
Somos
os corredores por destino
Tudo decorre da
crucial
virtude
A quem destina a sorte que corramos
De escolhermos
entre uma e outra
atitude:
Até que nosso fôlego percamos
O ver-me nos
divide ou ver-te a
ti.
Sem jamais perceber o desatino.
Os que entram
numa sala e que
proclamam:
O sonho é de nós próprios sermos amos
"Aqui estou
eu, vejam lá bem se
aclamam!"
Deste escravo que somos cujo tino
E os que
descobrem: "Olha, estás
aí!"
Por mais que se depure e torne fino
Jamais cumpre o que ditam seus reclamos..
619
De facto, a dor maior desta tragédia,
Peso
Na
lonjura corrida, agora mede-a
Verificar
é que não tenho a forma
As coisas
importantes duma vida
Não requerem
esforço ao
recordar
Imprescindível a levá-la a termo
Porque as
rememoramos no limiar
Quando longe demais já fui no ermo
De quantas
distracções tem nossa
lida.
E mesmo atrás voltar nada reforma.
Aquilo que ignoramos
é a medida
De não ter
importância
liminar,
622
Mero evento de
acasos, ao calhar Força
Da ocorrência que
vem, logo delida.
Será que força em nós temos bastante
Se alguma coisa
quer um grande
esforço
Para que os infortúnios aguentemos,
Para dela manter
o vago
escorço
As guerras, fomes, incontáveis demos
Que impede que de
vez caia no
olvido,
Que nos põem desde hoje o inferno diante?
Repara nela bem
porque
talvez
Quando a pele nos tocam, já perante
O peso que a
importância dela fez
Incurável
fraqueza então nos vemos
Não é o que para
ti fará
sentido.
E o nosso limiar apercebemos
Que vergonhoso tomba num instante.
620
Como é que então ficamos impassíveis
Descobertas
Quando
as desgraças talham longe incríveis
Rios
de dor no mundo em vagas tais?
O estranho do
melhor das descobertas
É que um prémio
traduz à
rebeldia,
Temos a hipocrisia suficiente
Já que em norma
fiel não
principia,
Para imitar aos infortúnios frente
Leva-nos a
transpor portas
abertas.
Quando são infortúnios dos demais.
Descobrir, eis o
risco das arestas
Pelas curvas
ignotas duma via
Que ninguém vai
prever se atinge um dia
Descortinar
escusa esquivas frestas.
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623 Por
mistério será que algum de nós
Problema
Gostará
com apreço merecido,
Já
que a bondade não nos ata os nós.
Problema é sermos
filhos do direito,
Direito da mulher
e da
criança,
Se
devir bom é apenas garantido
O dos
trabalhadores e o da
dança,
Quando gostam de nós, se então é a festa,
Dos estudantes,
jovens, tudo a
eito.
Gostemos dos demais, que o mais não presta!
Direito dos
idosos a ter preito,
O direito dos
pais que lhes
alcança
626
O que é dos
filhos e que o docente
entrança
Falta
Nos duma educação
tomada a peito.
Falta das relações na maior parte
Direitos que se
cruzam e
deslaçam
Um pouco do sabor que é o do romance,
Contraditórios
nas tensões que
traçam,
Pequenas coisas que o amor
alcance
Sem outra
alternativa dos
quereres.
Na diferença do que é próprio de arte.
De nossos tempos
a aflição consiste
É uma tarefa que se ao fim reparte,
Em que ninguém em
nenhum lado
existe,
Doméstica no que é, na qual se canse
Qualquer que
seja, com alguns deveres.
O
tédio de cotio enquanto lance
A festa partilhada neste aparte.
624
Uma alegria que o comum partilha,
Derrota
Por
pequena que for, por ninharia
Que
nela se pareça ainda mais brilha.
Se nos tudo
encaminha até a derrota,
Antes de mais
importa a
confiança,
Se há jóia que responda à fantasia,
O afecto a
alimentar-nos a
esperança
Que mais que qualquer outra nos encante,
Que nos aguce
quanto em nós
anota.
É o brilho que refulge em tal diamante.
Contra o destino,
quando ele se dota
Da marca
fatalista que nos
cansa,
627
Importa a luta
que ao final
destrança
Elogio
Os liames que lhe
encoiram dura a cota.
Que
ela é bonita confessar não basta,
Com efeito, o que
conta é o que há cá
dentro
Que a vaguidade em nada nos ajuda
E jamais o que
houver no
exterior,
Não será um elogio que transmuda
Por muito que nos
prenda na prisão.
O
que em particular se não engasta.
Nos campos do
destino ao fim eu
entro
Bela, com jeito o caracol afasta,
Quando imponho
viril este valor
Ou será terna como uma miúda,
Do que houver no
fusil do
coração.
Ou quando a cor vermelha se lhe gruda
Atinge
o fogo duma amante casta.
625
Um homem que refere o pormenor
Gostam
Demonstra
que à mulher deu atenção,
Que
nela ao reparar incarna amor.
Não é por sermos
bons que de nós gostam,
Embora todos
gostem quando o
somos,
Mais que elogio, isto é a criação
Não de nós mas do
bem que em nós
supomos,
Maior que um homem poderá fazer:
Em cujo benefício
nos
apostam.
Germina em auto-estima uma mulher.
Assim dos muito
bons tantos desgostam,
Mas não do bem
que sugam de seus gomos,
Pois sumarentos
são sempre estes pomos
Que no pomar dos
actos nos arrostam.
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628
Os homens vivem mais compenetrados
Labor
Pelas
acções e não pelas pessoas,
Ao
falar jogam actos como dados.
Ao trabalhar
nosso labor trabalha
Matérias-primas,
mundo em
gestação,
Como ambas estas tónicas são boas,
E o mundo não é
mundo, mas a
mão
Nenhuma é mais nem menos acertada:
Deste homem
prolongada aonde
calha.
Porém,
não vê-lo o amor reduz a nada.
Por mais que
nosso peso seja a palha
Que vagueia ao
acaso pelo
chão,
631
Imprime neste a
marca do que
são
Positivos
Os sonhos que
nenhum muro atrapalha.
Nos casamentos ambos os parceiros,
Desde imemoriais
tempos é
verdade
E o homem entre os dois antes de tudo,
Que é o trabalho
a nos dar a
identidade,
Devem estar cientes sobretudo
Nosso estatuto a
garantir
social.
De que as palavras não serão luzeiros.
Há milénios que
os homens tais se
talham
Ao falar, os sentidos que primeiros
E hoje em dia as
mulheres que
trabalham
Em conversa normal são amiúdo,
Constroem nisto
identidade
igual.
Irão continuar, mas vê, contudo,
Com quanta sombra em quantos nevoeiros!
629
Frequentemente
são mais negativos:
Falar
Um
cumprimento vago é indiferença,
Ficar
neutro de morte é uma sentença...
Para um homem
falar será uma forma
De poder definir
qualquer problema,
Por
isso é que os verbos positivos
De erro em acerto
até alcançar um
lema,
Mal-entendidos podem evitar:
A solução que vá
servir de
norma.
Alvorecem manhãs dentro do lar.
Por isso um homem
a mulher informa,
Interrompendo-a
quando foge ao
tema,
632
Até que ela
demonstre quanto atrema
Contar
Na vertente com
que ele se conforma.
A qualidade a termo é o que a mulher
Mas a mulher
espera que seu
homem
Só num homem procura para a vida.
A escute como
amigo, sem
conselhos,
Se em mil nadas dispersa o que valida,
Que uma conversa
é mais como o que
comem:
O perene, por trás, fica a que adere.
Partilha de
emoções, jogo de
espelhos
Requer à mente que controle e afere
Com seu
privilegiado
receptor,
Todo o convite a que o amor convida,
Até de vez
sentir-se, enfim,
melhor.
Mais
e melhor do que algum homem lida
Com a paixão que o coração lhe houver.
630
E, mesmo que um amor leve a sofrer,
Ambas
Tem
a mulher dentro de si, por norma,
Um
avaliador íntimo que informa
Um homem na
conversa tem-se aparte
Das pessoais
questões
emocionais,
A questão decisiva que ela quer:
Exactamenta
aquelas por que
mais
- Além dos sonhos que se frustram, somem,
A mulher,
atenciosa, se reparte.
Poderei contar eu com aquele homem?
A mulher
interessa-se, destarte,
Pelos
interveniemtes, comunais
Serão as alegrias
e os ais
Que no fervor
compartilhar com arte.
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633
Por manter integral um tal amigo.
Problemas
Quem
dera que os outros meus
O
copiem, o retomem!
Quando um homem
se bate com problemas
Não os larga
jamais porque ele
crê
Porém, na dúvida, a pergunta abrigo:
Que esta atitude
a solução lhe
dê,
- Por que é que me chama Deus
Preocupa-se
demais com seguir
lemas.
E se apelida a si de Homem?
A mulher vai
votar noutros sistemas
Que incongruentes
parecem a quem vê
Mas nos quais ela
aposta que com fé
Do céu lhe vem
saída a quaisquer temas.
É que a mulher
aprende a permitir
Que as questões
se resolvam delas mesmas,
Não as deixando
acumular-se às resmas,
No presente a
tolher qualquer porvir:
Dá tempo ao
tempo, deixa que ele corra,
Mata os problemas
antes que ela morra.
634
Cume
Na mulher o
prazer tem condição
Que em mais lugar
algum poderá ter:
O cume sexual
nela requer
As vertentes
totais da relação.
Felizes de
verdade, só as que dão
A mesa por tão
íntima que aufere
Tanto mais quanto
o quarto lhes requer
De sexo a que só
chega o coração.
Falhar a ligação,
se ela é afectiva,
Num recanto
qualquer, mesmo neutral,
Será uma chama
que já não se aviva
Depois onde seria
natural.
Havendo coração
em tanto lado,
Como pode o da
mulher ser conquistado?
635
Cão
Bem divertido,
por fim, é o meu cão!
Entro em casa,
abana o rabo,
Pula, ladra mal
acabo
De a chave pegar
na mão.
Companheiro
total, ao fim e ao cabo,
Que me quebra a
solidão,
É-me fiel sem
senão:
Sou rico como um nababo