BARTOLOMEU  VALENTE

 

 

TECTOS  DE  LIBERDADE

 

 

 

 

1 – Tectos de liberdade

 

Na liberdade o verso principia,

Que donde vem ninguém adivinhou.

Porém, mal incarnada, a fantasia

A norma impõe às asas de seu voo.

 

É sempre em nós, portanto, que a ironia

De bom humor constata o que sobrou

De todo este sarcasmo que anuncia

A vida do que a sátira matou.

 

Vai ser, porém, a quadra popular

Que mais condensará o estranho brilho

Dum espartilho donde brota o mar,

 

De tal modo que, as quadras em sarilho

Ondeando sejam, sejam os sonetos,

Épicos se erguem da jornada os tectos.